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Mulheres empreendedoras: desafios são superados em busca da igualdade de gênero

Desafios constantes não impedem a construção de uma trajetória profissional de sucesso

De acordo com a principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, realizada pela Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), em parceria com o Sebrae, o Brasil é o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras no mundo. Em um universo de 52 milhões de empreendedores no país, 30 milhões (48%) são mulheres.

Vanessas, Lucianas, Reginas e muitas outras, lutam, diariamente, para que a igualdade de gênero, em todos os ambientes, seja alcançada. Mas, segundo o Fórum Econômico Mundial (FMI), isso ainda pode demorar. O Órgão prevê que serão necessários 136 anos para que a igualdade entre homens e mulheres seja alcançada globalmente. Esses dados trazem força para lembrar a importância de celebrar o trabalho árduo e de luta das mulheres, não somente no Dia da Mulher, neste 8 de março, mas todos os dias.

 

Para chegar ao sucesso, muitas batalhas foram vencidas

Dra. Regina Caramuru Moreno – foto Julio Salvo

A vida de Regina Maria Caramuru, médica do trabalho, começou desde cedo no empreendedorismo. Aos 14 anos, ela montou um cursinho de admissão, um preparatório para fazer um exame de conhecimento para admissão escolar na época. Ela conta que o negócio fez sucesso e que teve muitos alunos. A partir disso, desde cedo ajudou no sustento da casa e lutou pelos seus sonhos.

“Eu, mulher, fui a única a sair de casa. Meu pai batalhou muito para me ajudar a seguir meu desejo: fazer faculdade de Medicina. Lembro do dia em que ele me trouxe para Sorocaba. Ele me olhou nos olhos e questionou se era mesmo o que eu queria fazer. Eu apenas afirmei e naquele dia eu fiquei aqui por conta própria, correndo atrás de realizar o que eu queria”.

Regina conta que nunca desistiu. Formou-se e se especializou em medicina e segurança do trabalho, enfrentando muitas dificuldades, já que no início a área era predominantemente masculina. “Con

 

tinuei trabalhando em outras empresas até que ocorreu uma grande procura por médicos dessa área no mercado. Por fim, tiveram que aceitar mulheres nesses cargos, justamente pela falta de homens especializados nesse ramo”, afirma.

Ela lembra ter convivido em um ambiente em que precisava comprovar, constantemente, a sua eficiência, por ser mulher. “Tínhamos que comprovar que nossa qualificação era igual aos dos homens, que éramos competentes. Graças a Deus, posso dizer que apesar de tudo, sempre fui respeitada e valorizada, com muitos elogios, pelo trabalho que fiz ao longo da minha vida profissional”. Passado algum tempo, Regina tornou-se sócia-fundadora da Trabt Medicina e Segurança do Trabalho, clínica especializada e referência da área em Sorocaba.

 

Empreender também é amor

Vanessa Zimbres – foto Julio Salvo

Mulheres também são exemplos de que é possível aliar negócios ao que se ama. Vanessa Zimbres é médica-veterinária, especializada em medicina felina, e dona do próprio negócio. A profissional uniu o amor pelos gatos e a profissão para abrir a clínica Gato é Gente Boa, em Itu, interior de São Paulo, uma das poucas que oferece atendimento exclusivo para gatos do Brasil, e detetora do selo Cat Friendly Practice Gold. Ela afirma que para a mulher, tudo é mais difícil. “Em uma negociação, é muito mais comum a gente ouvir um ‘não’ do que os homens. Há sempre a crença de que somos ingênuas. Desconheço uma mulher que, quando abraça uma causa, não vá até o final, e se vai dar certo ou não, dependerá totalmente de sua dedicação. E como sempre tivemos que cuidar de muitas coisas ao mesmo tempo: empresa, filho, marido e casa, acredito que as mulheres não estão mais corajosas, acho que sempre foram mais corajosas e estão se descobrindo, por isso fazem e acontecem”.

 

A ideia de ter sua própria clínica veterinária surgiu quando Vanessa trabalhava em um petshop, no qual o proprietário tinha dificuldades em aceitar opiniões diferentes e tinha pouca delicadeza no atendimento ao cliente, segundo ela. “Eu percebi que podíamos melhorar o atendimento. Então, pedi para ele alugar metade do imóvel da clínica para mim, para que eu pudesse fazer as coisas funcionarem à minha maneira. Ele não quis alugar, então decidi ir para um lugar meu. Hoje eu vivo pela minha clínica e acredito que ser destaque é consequência de esforço diário”.

 

Mulheres e tecnologia

Luciana Reis – foto Julio Salvo

Outro dado interessante, resultado da pesquisa do Sebrae com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que cerca de 71% delas usam redes sociais, aplicativos e a internet para vender seus produtos e serviços, frente a 63% dos homens. E 11% das empreendedoras disseram ter inovado em seus negócios durante a pandemia da Covid-19, enquanto somente 7% dos homens declararam ter olhado para esse quesito. Foi nesse período de crise que o número de empresárias aumentou 40% em 2020. De todas as donas de pequenos e médios negócios do país, cerca de 26% abriram suas empresas durante a pandemia.

Luciana Reis é gestora financeira, fundadora e diretora do escritório Reis Cálculos Periciais. Em uma área predominantemente masculina, Luciana vem ganhando espaço, respeito e reconhecimento de colegas, pois, mostra, diariamente, que possui capacidade para chegar a postos cada vez maiores. E ela possui uma grande aliada para isso: a tecnologia. Reis transmite seu conhecimento e serviços de forma direta e estratégica por meio das redes sociais e também atende seus clientes de forma remota. Garantia disso é o atendimento de ponta a ponta do Brasil, incluindo o estrangeiro por meio de reuniões e atendimentos virtuais. Para ela, empreender no ramo de cálculos periciais, que atua diretamente com advogados e juristas em processos judiciais, foi uma decisão desafiante.

“Eu saí da carreira pública e da carteira assinada para virar minha própria chefe. Criar um nome, construir renda e clientes, tudo com a responsabilidade de saber que, a partir dali minha vida seria algo totalmente diferente do que eu já havia vivido até então. Sair da minha zona de conforto foi realmente desafiador, e com apenas 20 e poucos anos de idade! Foi uma experiência de amadurecimento muito grande, mas era o que eu queria fazer. Estava disposta a pagar o preço das incertezas e dúvidas que surgissem pelo caminho. Após todo o processo, hoje colho bons frutos e tenho um nome de referência no mercado”, comemora.

Buscando dar apoio para esse público, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, em 2014, o dia do empreendedorismo feminino. A data é comemorada em 11 de novembro e se caracteriza como um posicionamento contra a desigualdade no ambiente corporativo.

 

Informação: JF Gestão de Conteúdo

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