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Represa de Itupararanga já opera abaixo do nível mínimo.

A represa de Itupararanga opera, atualmente, 16 centímetros abaixo do
volume mínimo. A cota mínima do manancial é de 817,50 metros sobre do
nível do mar. Hoje, está em 817,34. O nível atual caiu para 20,22% da
capacidade do reservatório. Há nove dias, em 24 de novembro, estava em
20,60% (810,40 msnm). Além disso, a Votorantim Energia, responsável
pela gestão da represa, reduziu, na terça-feira (30), pela sexta vez em três
meses, a vazão de água para o rio Sorocaba. As informações foram
divulgadas pela empresa nesta sexta-feira (3).
Com a nova diminuição, o fluxo passou dos anteriores 250 litros por
segundo para 225 litros por segundo. A medida foi adotada após
deliberação entre a Votorantim Energia e o Comitê de Bacias Hidrográficas
de Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT).
As reduções na vazão são adotadas pela Votorantim Energia desde agosto.
À época da primeira intervenção, o volume do reservatório já estava
abaixo de 30%. A medida foi implementada devido à crise hídrica que
afeta a captação do manancial.
A ação visa preservar a quantidade de água restante no reservatório, já
que, por conta da estiagem prolongada, o nível continua a baixar
frequentemente. Itupararanga abastece 85% de Sorocaba e diversas
outras cidades da Região Metropolitana.
Segundo a empresa, as regras operacionais, como a diminuição da vazão,
têm caráter emergencial e excepcional. Elas “deverão permanecer ativas
até que o volume útil do reservatório alcance 50% de sua capacidade”,
informa, em nota.
O vice-presidente do comitê e coordenador da Câmara Técnica de
Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos, André Cordeio dos
Santos, diz que as chuvas dos últimos dias não melhoraram a captação da

represa. Por isso, mais uma redução foi necessária. "As chuvas de
novembro foram cerca de 30% da média histórica", fala. Conforme Santos,
a situação preocupa. "Se não conseguirmos reservar água entre outubro e
fevereiro, período de chuva, a situação, a partir de abril de 2022, será
muito critica", alerta.
Ainda de acordo com o especialista, as reduções podem trazer
consequências para as cidades abastecidas pelo manancial. "Pode piorar a
qualidade da água na calha do (rio) Sorocaba e prejudicar as captações da
cidade, de Votorantim, Boituva e Laranjal Paulista", cita. "Para que isso
não aconteça, estamos em negociação com a Votorantim Cimentos para
transferir água acumulada nas cavas de mineração da empresa, água de
chuva, para o leito do rio Sorocaba", emenda.
Ele ainda aponta a falta de água em todos os municípios que dependem
do reservatório como outra possível consequência, ainda neste ano ou em
2022. "Estamos, agora, em um momento muito mais complicado. Se
reduzirmos mais a vazão defluente do reservatório, as captações a jusante
serão prejudicadas, e, se não fizermos, as captações a montante serão
prejudicadas. Por isso a ênfase em 'guardar' o máximo agora", fala.
Para evitar o agravamento do cenário, Santos defende a adoção de ações
mais rígidas de economia por parte das prefeituras municipais. "As
melhores opções, agora, são rodízio e a revisão das outorgas (direitos de
uso) feitos pelo Daae (Departamento de Águas e Energia Elétrica)",
sugere.

Reservatórios do Saae
Já os reservatórios administrados pelo Serviço Autônomo de Água e
Esgoto (Saae) continuam estáveis. Desde a semana passada, o sistema

Castelinho/Ferraz opera com 63% da capacidade, e o Ipaneminha, com
75%. “Os índices se mantêm praticamente estáveis desde o dia 25 de
novembro. Ou seja, as chuvas ajudaram a manter os níveis dos
reservatórios”, afirma, por meio de nota.
Conforme a autarquia, o acumulado de chuvas em três dias foi de 12
milímetros. Novas pancadas devem ocorrer apenas na próxima semana.
“Segundo a previsão do tempo, disponibilizada pela Defesa Civil do Estado
de São Paulo, não há previsão inicial de chuvas entre os dias 2 e 5 de
dezembro, com possibilidade de chuva a partir do dia 6 de dezembro, com
acumulados devendo alcançar 20 mm (milímetros)”, detalha.
De acordo com o Saae, a Estação de Tratamento de Água (ETA) Cerrado
trabalha com a capacidade normal, captando a quantidade de água
necessária da represa. Já a ETA Éden segue em sistema intermitente. “Ela
é desligada para preservar o manancial e, nos períodos de maior consumo,
religada, para auxiliar o sistema”, explica.

Medidas de economia
A autarquia adotou, recentemente, mais uma medida de economia. Trata-
se da construção de uma soleira de estabilização. Ela “funciona como uma
barreira para garantir a captação de água pela ETA Vitória Régia, mesmo
com as diminuições da vazão do rio Sorocaba”, esclarece. O Saae
destacou, ainda, que medidas mais restritivas de abastecimento podem
ser adotadas, se necessário.

Informações: Jornal Cruzeiro do Sul

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